sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Salazar e o Benfica (2)

O mito do apoio de Salazar, Presidente do Conselho de Ministros, ao Benfica tem sido retratado de muitas formas. Uma delas, descreve que o Benfica não vendeu o Eusébio para o Inter de Milão em 1966, pois Salazar vetou a transferência…

Após o Mundial de Futebol de 1966, as atenções do mundo viraram-se para Eusébio, e o Inter de Milão abordou o Benfica para a compra do futebolista. Contudo, nesse mesmo ano, a Federação Italiana de Futebol (FIGC) proibiu a entrada de jogadores estrangeiros, como forma de corrigir o péssimo desempenho da Squadra Azzurra no torneio. Embora com o desejo de realizar algum lucro, o Benfica viu a transferência abortada, não por um Presidente do Conselho interessado em que um dos maiores tesouros nacionais não saísse do país, mas sim por uma lei que esteve em vigor no futebol italiano até 1980, sendo que doís anos depois a selecção italiana voltava ao título mundial…

Diversos episódio retratam que, na verdade, o Benfica não só não era apoiado por Salazar, mas que até chegava a ser penalizado. O hino original do Benfica, intitulado “Avante Benfica” e escrito por Félix Bermudes, foi censurado pelo Governopor ser visto como uma afronta. Entre os presidentes, contam-se diversos opositores anti-fascistas, como Tamagnini Barbosa ou Manuel Conceição Afonso, bem como a regular realização de assembleias gerais, e eleições livres para os cargos dirigentes. O Sporting, é que jogava na época no Campo 28 de Maio, a data da Revolução que implementou o Estado Novo, e quando o Benfica foi jogar para lá, alterou-lhe o nome para Estádio do Campo Grande…

Se isto fosse verdade…