O mito do apoio de Salazar, Presidente do Conselho de Ministros, ao Benfica tem sido retratado de muitas formas. Uma delas, descreve que o Benfica não vendeu o Eusébio para o Inter de Milão em 1966, pois Salazar vetou a transferência…
Após o Mundial de Futebol de 1966, as atenções do mundo viraram-se para Eusébio, e o Inter de Milão abordou o Benfica para a compra do futebolista. Contudo, nesse mesmo ano, a Federação Italiana de Futebol (FIGC) proibiu a entrada de jogadores estrangeiros, como forma de corrigir o péssimo desempenho da Squadra Azzurra no torneio. Embora com o desejo de realizar algum lucro, o Benfica viu a transferência abortada, não por um Presidente do Conselho interessado em que um dos maiores tesouros nacionais não saísse do país, mas sim por uma lei que esteve em vigor no futebol italiano até 1980, sendo que doís anos depois a selecção italiana voltava ao título mundial…
Diversos episódio retratam que, na verdade, o Benfica não só não era apoiado por Salazar, mas que até chegava a ser penalizado. O hino original do Benfica, intitulado “Avante Benfica” e escrito por Félix Bermudes, foi censurado pelo Governopor ser visto como uma afronta. Entre os presidentes, contam-se diversos opositores anti-fascistas, como Tamagnini Barbosa ou Manuel Conceição Afonso, bem como a regular realização de assembleias gerais, e eleições livres para os cargos dirigentes. O Sporting, é que jogava na época no Campo 28 de Maio, a data da Revolução que implementou o Estado Novo, e quando o Benfica foi jogar para lá, alterou-lhe o nome para Estádio do Campo Grande…
Se isto fosse verdade…
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Churchill e o Semitismo
Winston Churchill foi Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha durante a Segunda Guerra Mundial e, juntamente com Joseph Estaline e Franklin D. Roosevelt, liderou as Forças Aliadas contra as Forças do Eixo. A ele muitos agradecem a libertação da Europa da invasão NAZI. Contudo, para além de conceituado estadista e Prémio Nobel da Literatura em 1953, alguma escrita encomendada por ele alimenta ainda uma polémica antiga…
Descoberto entre muitos dos seus manuscritos, surge um ensaio intitulado “Como os Judeus podem evitar a sua perseguição” ("How The Jews Can Combat Persecution"), escrito em 1937, três anos antes de assumir o controlo da Nação. Neste ensaio, encomendado a Adam Marshall Diston, um alto membro do Partido Fascista Inglês, surgem declarações afirmando que os Judeus são em parte responsáveis pelos sentimentos de que são alvo ("partly responsible for the antagonism from which they suffer"), e que seria fácil atribuir as perseguições de que são alvo devido à malvadez dos seus perseguidores, mas que tal não explica todos os factos (“It would be easy to ascribe it to the wickedness of the persecutors, but that does not fit all the facts,"). Mas ao longo do texto, afirma também que apoia os Judeus, pois as perseguições que têm sido alvos são cruéis, incansáveis e vingativas ("suffering from persecutions as cruel, as relentless and as vindictive as any in their long history"), exibindo assim uma certa insconstância de opinião sobre os Judeus…
As razões pelas quais Churchill encomendou tal texto não são claras, e quando em 1940, já em funções, foi convidado por um jornal a publicar o ensaio, os seus conselheiros aconselharam-no que tal não seria recomendável. Na década de 30, os sentimentos anti-judeus também surgiam em países como A Grã-Bretanha e os E.U.A.. Se Salazar ganhou em Portugal a votação de O Maior Português de Todos os Tempos, Winston Churchill ganhou a votação nesse mesmo programa organizado em Inglaterra…
Se isto fosse verdade…
Descoberto entre muitos dos seus manuscritos, surge um ensaio intitulado “Como os Judeus podem evitar a sua perseguição” ("How The Jews Can Combat Persecution"), escrito em 1937, três anos antes de assumir o controlo da Nação. Neste ensaio, encomendado a Adam Marshall Diston, um alto membro do Partido Fascista Inglês, surgem declarações afirmando que os Judeus são em parte responsáveis pelos sentimentos de que são alvo ("partly responsible for the antagonism from which they suffer"), e que seria fácil atribuir as perseguições de que são alvo devido à malvadez dos seus perseguidores, mas que tal não explica todos os factos (“It would be easy to ascribe it to the wickedness of the persecutors, but that does not fit all the facts,"). Mas ao longo do texto, afirma também que apoia os Judeus, pois as perseguições que têm sido alvos são cruéis, incansáveis e vingativas ("suffering from persecutions as cruel, as relentless and as vindictive as any in their long history"), exibindo assim uma certa insconstância de opinião sobre os Judeus…
As razões pelas quais Churchill encomendou tal texto não são claras, e quando em 1940, já em funções, foi convidado por um jornal a publicar o ensaio, os seus conselheiros aconselharam-no que tal não seria recomendável. Na década de 30, os sentimentos anti-judeus também surgiam em países como A Grã-Bretanha e os E.U.A.. Se Salazar ganhou em Portugal a votação de O Maior Português de Todos os Tempos, Winston Churchill ganhou a votação nesse mesmo programa organizado em Inglaterra…
Se isto fosse verdade…
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Salazar e o Benfica (1)
Desde cedo foi criado o mito que o Benfica era favorecido pelo Governo de António de Oliveira Salazar. Surgem histórias que afirmam que o Benfica só ganhava durante o Estado Novo, ou que Salazar não deixou vender o Eusébio para o estrangeiro. Contudo, analisando a História, a realidade era bem diferente do mito…
Salazar governou Portugal entre 1932 e 1968, sendo que nesse intervalo de tempo foram disputados 35 campeonatos de futebol. O Benfica ganhou 14, o Sporting 12, o Porto 8, e o Belenenses 1 solitário campeonato. Na verdade, a época dourada do Benfica até foi na altura mais revolucionária em Portugal, com 6 campeonatos ganhos durante a década de 70, sendo que em 2 dessas épocas o Benfica terminou o Campeonato sem derrotas. A nível nacional faz-se a ligação ao Estado Novo, mas ao verificarmos os registos em competições internacionais, o nome do Benfica surge como finalista por 8 vezes de competições europeias, para além dos títulos de Campeão Ibérico e Campeão Latino.
Analisando a história, em certas situações o Benfica até foi prejudicado. Tendo sido campeão na época de 1954/55, o Sporting é que foi designado pela Federação a representar Portugal na Taça dos Campeões Europeus. E embora o Benfica estivesse na final da Taça dos Campeões Europeus de 1961/62 (que viria a ganhar), a meia-final da Taça de Portugal entre o Vitória de Setúbal e o Benfica foi marcada para o dia seguinte. Com os jogadores ainda a meio caminho de Portugal e na ressaca da vitória em Berna, os Reservas do Benfica perderam por 1-0 em Setúbal, e foram afastados da final da Taça…
Se isto fosse verdade…
Salazar governou Portugal entre 1932 e 1968, sendo que nesse intervalo de tempo foram disputados 35 campeonatos de futebol. O Benfica ganhou 14, o Sporting 12, o Porto 8, e o Belenenses 1 solitário campeonato. Na verdade, a época dourada do Benfica até foi na altura mais revolucionária em Portugal, com 6 campeonatos ganhos durante a década de 70, sendo que em 2 dessas épocas o Benfica terminou o Campeonato sem derrotas. A nível nacional faz-se a ligação ao Estado Novo, mas ao verificarmos os registos em competições internacionais, o nome do Benfica surge como finalista por 8 vezes de competições europeias, para além dos títulos de Campeão Ibérico e Campeão Latino.
Analisando a história, em certas situações o Benfica até foi prejudicado. Tendo sido campeão na época de 1954/55, o Sporting é que foi designado pela Federação a representar Portugal na Taça dos Campeões Europeus. E embora o Benfica estivesse na final da Taça dos Campeões Europeus de 1961/62 (que viria a ganhar), a meia-final da Taça de Portugal entre o Vitória de Setúbal e o Benfica foi marcada para o dia seguinte. Com os jogadores ainda a meio caminho de Portugal e na ressaca da vitória em Berna, os Reservas do Benfica perderam por 1-0 em Setúbal, e foram afastados da final da Taça…
Se isto fosse verdade…
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Um Texas independente
Os Estados Unidos da América surge como a grande potência no virar do século. Um país que começou por ser uma união dos 13 estados ingleses na América do Norte, e que se tornou independente em 1776, presentemente é constituído por 50 estados. Mas entre esses estados, alguns deles já foram repúblicas independentes…
O dia 2 de Março de 1836 marcou o final de uma guerra que opôs o Exército Revolucionário do Texas ao México. Em 1824, o Presidente do México António López de Santa Anna anulou a constituição do país e centralizou o poder na sua pessoa. Sendo maioritariamente constituída por britânicos, ao contrário dos hispânicos que constituíam o resto do país, a zona que viria a formar o Estado do Texas lutou durante mais de uma década até conseguir a sua independência do Governo mexicano. Com uma constituição aprovada e moeda própria (o Dólar Texano), nasce a República do Texas. Contudo, após conseguir a sua independência, o Texas começou a contrair enormes dívidas, bem como continuava a lutar contra o Exército mexicano devido à marcação da fronteira, ao mesmo tempo que aumentava a simpatia pelos vizinhos do norte, com quem culturalmente se identificavam. Vendo como a melhor saída possível, o Presidente Jones da República do Texas colocou em votação pública a proposta de serem anexados pelos EUA…
Ao saber destas pretensões, os governos britânico e francês enviaram os seus embaixadores na República do Texas falarem com o Governo mexicano para fazerem um acordo que garantisse as fronteiras e a paz, e com isto o desejo de se unirem aos EUA diminuísse. Com a aprovação popular e a autorização do Congresso dos EUA, a anexação foi feita em 29 de Dezembro de 1845. Após a anexação, o Governo dos EUA assumiu a enorme dívida da República do Texas, e partiram a sua mais recente aquisição em mais cinco partes, criando os estados do Novo México, Oklahoma, Kansas, Colorado e Wyoming.…
Se isto fosse verdade…
O dia 2 de Março de 1836 marcou o final de uma guerra que opôs o Exército Revolucionário do Texas ao México. Em 1824, o Presidente do México António López de Santa Anna anulou a constituição do país e centralizou o poder na sua pessoa. Sendo maioritariamente constituída por britânicos, ao contrário dos hispânicos que constituíam o resto do país, a zona que viria a formar o Estado do Texas lutou durante mais de uma década até conseguir a sua independência do Governo mexicano. Com uma constituição aprovada e moeda própria (o Dólar Texano), nasce a República do Texas. Contudo, após conseguir a sua independência, o Texas começou a contrair enormes dívidas, bem como continuava a lutar contra o Exército mexicano devido à marcação da fronteira, ao mesmo tempo que aumentava a simpatia pelos vizinhos do norte, com quem culturalmente se identificavam. Vendo como a melhor saída possível, o Presidente Jones da República do Texas colocou em votação pública a proposta de serem anexados pelos EUA…
Ao saber destas pretensões, os governos britânico e francês enviaram os seus embaixadores na República do Texas falarem com o Governo mexicano para fazerem um acordo que garantisse as fronteiras e a paz, e com isto o desejo de se unirem aos EUA diminuísse. Com a aprovação popular e a autorização do Congresso dos EUA, a anexação foi feita em 29 de Dezembro de 1845. Após a anexação, o Governo dos EUA assumiu a enorme dívida da República do Texas, e partiram a sua mais recente aquisição em mais cinco partes, criando os estados do Novo México, Oklahoma, Kansas, Colorado e Wyoming.…
Se isto fosse verdade…
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Ferrari na Fórmula Indy
Em 1985, os regulamentos da Fórmula 1 não estavam a gerar consenso. Permitindo motores Turbo até 1500 cc ou motores normalmente aspirados até 3000 cc, o equilibro com a paridade encontrada para equilibrar as performances já tinha sido anulada. Com a chegada dos grandes construtores à Fórmula 1, os gastos aumentaram, bem como as performances dos motores que chegavam aos 1000 cv, e as equipas pequenas estavam a perder competitividade. Entrou em acção Jean-Marie Balestre…
Para nivelar o jogo, o Presidente da Federação Internacional do Desporto Automóvel pretendia que os motores aspirados fossem de 3500 cc. Contudo, Enzo Ferrari pretendia uma fórmula de 1200 cc turbo. Como forma de pressão, a Ferrari afirmou no Verão de 1986 que pretendia sair da Fórmula 1 e embarcar noutro desporto e enviou o seu Director Desportivo Mário Piccini para assistir a uma corrida de Fórmula Indy em Michingan. Balestre deu sinal de força, dizendo que não se deixava intimidar, e que os custos e as velocidades na Fórmula 1 seriam para descer. Ferrari respondeu trazendo um March de Fórmula Indy bem como o piloto Bobby Rahal para um teste na sua pista privada em Fiorano. Pretendendo chegar a um consenso, Balestre e a Ferrari reuniram-se e num acordo de compromiss,o apenas a quantidade de combustível seria limitada. Mas Ferrari prosseguiu na pressão, e no Verão de 1987 a Ferrari apresenta o seu carro de Fórmula Indy…
Porém, as partes reuniram-se e chegaram a um acordo, com os novos motores aspirados de 3500 cc. Se Balestre pretendia que os motores fossem de 8 cilindros, a Ferrari insistiu que também os de 12 cilindros fossem possíveis, o que permitiu numa brecha desse regulamento que mais tarde à Renault criar o seu fabuloso motor de 10 cilindros. Enquanto os motores turbo foram progressivamente retirados, a Ferrari abandonou o projecto de Fórmula Indy. Em 1990, a Alfa Romeo decidiu entrar no mundo da Fórmula Indy com um novo motor, mas ao longo do ano o March com ele equipado, poucos resultados alcançou. Na verdade, o “novo” motor não era mais do que o rebaptizado motor Ferrari com 3 anos…
Se isto fosse verdade…
Para nivelar o jogo, o Presidente da Federação Internacional do Desporto Automóvel pretendia que os motores aspirados fossem de 3500 cc. Contudo, Enzo Ferrari pretendia uma fórmula de 1200 cc turbo. Como forma de pressão, a Ferrari afirmou no Verão de 1986 que pretendia sair da Fórmula 1 e embarcar noutro desporto e enviou o seu Director Desportivo Mário Piccini para assistir a uma corrida de Fórmula Indy em Michingan. Balestre deu sinal de força, dizendo que não se deixava intimidar, e que os custos e as velocidades na Fórmula 1 seriam para descer. Ferrari respondeu trazendo um March de Fórmula Indy bem como o piloto Bobby Rahal para um teste na sua pista privada em Fiorano. Pretendendo chegar a um consenso, Balestre e a Ferrari reuniram-se e num acordo de compromiss,o apenas a quantidade de combustível seria limitada. Mas Ferrari prosseguiu na pressão, e no Verão de 1987 a Ferrari apresenta o seu carro de Fórmula Indy…
Porém, as partes reuniram-se e chegaram a um acordo, com os novos motores aspirados de 3500 cc. Se Balestre pretendia que os motores fossem de 8 cilindros, a Ferrari insistiu que também os de 12 cilindros fossem possíveis, o que permitiu numa brecha desse regulamento que mais tarde à Renault criar o seu fabuloso motor de 10 cilindros. Enquanto os motores turbo foram progressivamente retirados, a Ferrari abandonou o projecto de Fórmula Indy. Em 1990, a Alfa Romeo decidiu entrar no mundo da Fórmula Indy com um novo motor, mas ao longo do ano o March com ele equipado, poucos resultados alcançou. Na verdade, o “novo” motor não era mais do que o rebaptizado motor Ferrari com 3 anos…
Se isto fosse verdade…
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Operação Félix
Embora Portugal fosse neutro durante a Segunda Grande Guerra Mundial, por diversas vezes esteve perto de ser invadida pelas forças Nazis, como até mesmo pelas forças Aliadas. A posição estratégica de Portugal e das suas Províncias Ultramarinas, sempre foram alvo de cobiça. Sempre desconfiando da Espanha, que vivia momentos conturbados, a partir de 1940 o medo de invasão esteve sempre presente…
Desde logo, o Conselho de Ministros mostrou a sua preocupação que da fronteira pudesse surgir uma invasão da Espanha, de Exércitos Extra-Peninsulares ou até mesmo acções da oposição portuguesa. Em Maio de 1940, corre o rumor que decorrerá um golpe de estado para destituir Salazar. Ao saber desses planos, a Inglaterra prepara um plano para invadir os Açores e Cabo Verde para proteger locais estratégicos. Mas a ameaça maior vem por parte da Alemanha, quando o Líder Nazi Adolf Hitler encontra-se com o Presidente de Espanha João Franco em Hendaia. Com a derrota francesa, o Exército Alemão chega aos Pirenéus com a intenção de pedir a Franco que autorize a passagem até Gibraltar, uma possessão inglesa na Península Ibérica. Pretendendo fechar assim o Mediterrâneo e avançar pela África francesa chegando até Cabo Verde e a Madeira, para além de defender as Canárias em colaboração com a Espanha. O plano passa também por invadir Portugal e repartir o território entre o Governo alemão e o Governo espanhol. Em Novembro de 1940, a planificação começa e é marcada a Operação Félix para dia 10 de Janeiro de 1941…
Contudo, três situações contrariam esse ataque: ainda na realidade de uma Guerra Civil mal terminada, a Espanha não tem capacidade de mobilização que pudesse garantir um ataque contra Portugal, bem como a defesa das Canárias, que seriam alvo directo dos ingleses; outra causa, foi a derrota italiana no Norte de África; e mais importante, Hitler fez ver que iria invadir então somente Gibraltar, com o sem o consentimento espanhol, mas após invadir e derrotar a Rússia. Mesmo com a conjugação destes factores, até 1943, quando as forças Aliadas conseguiram tomar o controlo do Norte de África, a invasão esteve sempre pendente…
Se isto fosse verdade…
Desde logo, o Conselho de Ministros mostrou a sua preocupação que da fronteira pudesse surgir uma invasão da Espanha, de Exércitos Extra-Peninsulares ou até mesmo acções da oposição portuguesa. Em Maio de 1940, corre o rumor que decorrerá um golpe de estado para destituir Salazar. Ao saber desses planos, a Inglaterra prepara um plano para invadir os Açores e Cabo Verde para proteger locais estratégicos. Mas a ameaça maior vem por parte da Alemanha, quando o Líder Nazi Adolf Hitler encontra-se com o Presidente de Espanha João Franco em Hendaia. Com a derrota francesa, o Exército Alemão chega aos Pirenéus com a intenção de pedir a Franco que autorize a passagem até Gibraltar, uma possessão inglesa na Península Ibérica. Pretendendo fechar assim o Mediterrâneo e avançar pela África francesa chegando até Cabo Verde e a Madeira, para além de defender as Canárias em colaboração com a Espanha. O plano passa também por invadir Portugal e repartir o território entre o Governo alemão e o Governo espanhol. Em Novembro de 1940, a planificação começa e é marcada a Operação Félix para dia 10 de Janeiro de 1941…
Contudo, três situações contrariam esse ataque: ainda na realidade de uma Guerra Civil mal terminada, a Espanha não tem capacidade de mobilização que pudesse garantir um ataque contra Portugal, bem como a defesa das Canárias, que seriam alvo directo dos ingleses; outra causa, foi a derrota italiana no Norte de África; e mais importante, Hitler fez ver que iria invadir então somente Gibraltar, com o sem o consentimento espanhol, mas após invadir e derrotar a Rússia. Mesmo com a conjugação destes factores, até 1943, quando as forças Aliadas conseguiram tomar o controlo do Norte de África, a invasão esteve sempre pendente…
Se isto fosse verdade…
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Penalti por 500 contos
Luciano D’Onófrio é um ex-director do FC Porto e dirigente do Standart Liége que anda a contas com a justiça. Um tribunal de Marselha condenou-o a seis meses de prisão efectiva e 357 000 euros de multa, bem como a proibição de exercer qualquer actividade ligada ao futebol durante 5 anos, devido ao envolvimento em transferências irregulares de jogadores. Contudo, nem só em França as suas actividades foram alvo de suspeita…
500 contos era quanto custava um penalti na época de 1983/84. Pelo menos foi essa a oferta que Luciano D'Onófrio fez a Cadorin, jogador do Portimonense, para que ele provocasse um penalti contra o FC Porto logo no início do jogo entre essas duas equipas, sendo que faria depois o resto do jogo normalmente. Aparecendo em Portimão com esta proposta, D’Onófrio explicou que não representava o FC Porto, e que apenas pretendia que o Portimonense perdesse para que o treinador Vítor Oliveira fosse despedido e ele conseguisse colocar lá um treinador da sua influência (suspeitava-se de Goethals) e que os 500 contos sairiam da comissão dele. Para além do dinheiro, o empresário belga comprometia-se a colocar o jogador do Portimonense no FC Porto ou num clube suíço ou italiano...
Embora a acusação não tenha dado em nada, em França já é a quarta condenação de Luciano D’Onófrio. Quanto a Cadorin, foi logo avisar a direcção do Portimonense do sucedido no mesmo dia em que fora aliciado, não fosse o jogo correr-lhe mal e as suspeitas caíssem sobre ele. Mas, curiosamente, o Portimonense ganharia o jogo por 1 a 0, com um golo de Cadorin…
Se isto fosse verdade…
500 contos era quanto custava um penalti na época de 1983/84. Pelo menos foi essa a oferta que Luciano D'Onófrio fez a Cadorin, jogador do Portimonense, para que ele provocasse um penalti contra o FC Porto logo no início do jogo entre essas duas equipas, sendo que faria depois o resto do jogo normalmente. Aparecendo em Portimão com esta proposta, D’Onófrio explicou que não representava o FC Porto, e que apenas pretendia que o Portimonense perdesse para que o treinador Vítor Oliveira fosse despedido e ele conseguisse colocar lá um treinador da sua influência (suspeitava-se de Goethals) e que os 500 contos sairiam da comissão dele. Para além do dinheiro, o empresário belga comprometia-se a colocar o jogador do Portimonense no FC Porto ou num clube suíço ou italiano...
Embora a acusação não tenha dado em nada, em França já é a quarta condenação de Luciano D’Onófrio. Quanto a Cadorin, foi logo avisar a direcção do Portimonense do sucedido no mesmo dia em que fora aliciado, não fosse o jogo correr-lhe mal e as suspeitas caíssem sobre ele. Mas, curiosamente, o Portimonense ganharia o jogo por 1 a 0, com um golo de Cadorin…
Se isto fosse verdade…
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Soares em Macau (2)
A empresa Emaudio surge ligada a alguns casos que abalaram a Presidência da República de Mário Soares. Propriedade do antigo Presidente da República, a Emaudio tinha Rui Mateus como testa-de-ferro, para que o nome do legítimo proprietário não fosse arrastado na lama se fossem descobertos os negócios obscuros em que se envolvia. Tal sucedeu quando veio a público um fax comprometedor em que um dos seus “funcionários” e Governador de Macau, Carlos Melancia, aceitara um suborno…
Mas nem tudo eram espinhos. Embora afectada pelo escândalo, os contactos que tinha em Macau eram bastante apetecíveis. Após o acordo gorado com o empresário Robert Maxwell, a empresa foi alvo de contacto pelo milionário Stanley Ho. Contudo, devido ás notícias vindas a público, Ho passa por Rui Mateus e vai ter directamente com Mário Soares para negociar os seus interesses. Associando-se uma terceira entidade, a empresa Interfina (uma empresa representada por Almeida Santos), este grupo investiu no projecto de desenvolvimento urbanístico da baía da Praia grande, em Macau. Este gigantesco projecto lançado por Carlos Melancia previa o encaixe de vários milhões de contos de lucro…
Das pessoas envolvidas na Emaudio, dá-se o exemplo de Santos Ferreira, que fora nomeado por Melancia para dirigir o projecto do Aeroporto de Macau, e que foi nomeado pelo Primeiro-Ministro José Sócrates como Presidente da Caixa Geral de Depósitos. Só quando Portugal aderiu em 2001 à à Convenção Penal Europeia contra a Corrupção, é que o tráfico de influências foi criminalizado em Portugal…
Se isto fosse verdade…
Mas nem tudo eram espinhos. Embora afectada pelo escândalo, os contactos que tinha em Macau eram bastante apetecíveis. Após o acordo gorado com o empresário Robert Maxwell, a empresa foi alvo de contacto pelo milionário Stanley Ho. Contudo, devido ás notícias vindas a público, Ho passa por Rui Mateus e vai ter directamente com Mário Soares para negociar os seus interesses. Associando-se uma terceira entidade, a empresa Interfina (uma empresa representada por Almeida Santos), este grupo investiu no projecto de desenvolvimento urbanístico da baía da Praia grande, em Macau. Este gigantesco projecto lançado por Carlos Melancia previa o encaixe de vários milhões de contos de lucro…
Das pessoas envolvidas na Emaudio, dá-se o exemplo de Santos Ferreira, que fora nomeado por Melancia para dirigir o projecto do Aeroporto de Macau, e que foi nomeado pelo Primeiro-Ministro José Sócrates como Presidente da Caixa Geral de Depósitos. Só quando Portugal aderiu em 2001 à à Convenção Penal Europeia contra a Corrupção, é que o tráfico de influências foi criminalizado em Portugal…
Se isto fosse verdade…
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Bruxedo no Benfica
O futebol anda de mão-dada com as superstições. Bruxos e curandeiros são muitas vezes requisitados para fazerem trabalhos em equipas de futebol. Muitas das vezes os presidentes dos clubes nem acreditam nas propriedades dessas mezinhas, mas acreditam que possa motivar os jogadores para inverterem os resultados. Qualquer equipa está disposta a recorrer a esses “trabalhos, até os “grandes” portugueses…
Na época de 1992/93, o Benfica tinha acabado de contratar Paulo Futre, e perseguia o líder Futebol Clube do Porto. O Presidente do Benfica, Jorge de Brito, contrata então Delane Vieira, um empresário e médium para ajudar a equipa. O primeiro trabalho de Delane resultou em sucesso: ele prevera que o Benfica iria ganhar ao Sporting no Estádio da Luz por 1-0, com golo de Paulo Futre. Com esta profecia cumprida, faltava contudo o jogo que decidiria o campeonato, quando o Benfica ia receber o Porto. Delane disse então que para o Benfica ganhar, o Treinador Principal Toni e o seu Adjunto Jesualdo Ferreira teria de se deslocar a um hipermercado, comprassem um carrinho cheio de alimentos e oferecessem ao primeiro pobre que encontrassem ao sair á rua. Pouco dados a superstições, Toni e Jesualdo lá acederam, e deslocaram-se até ao Carrefour de Telheiras. Pagaram a conta e saíram com Centro Comercial, mas não encontravam um único pobre a quem pudessem oferecer a quantidade enorme de alimentos. Cansados da situação, telefonaram a uma amiga para que fosse a um bairro degradado e que lhes trouxesse um. Assim foi feito e o pobre ficou feliz da vida...
Contudo, no jogo decisivo, o Porto arranca um empate a zero golos, e ganha vantagem no confronto directo. Delane defende-se dizendo que o seu trabalho não resultara porque os técnicos do Benfica nem foram capazes de arranjar um pobre para cumprir a tarefa correctamente. Toni e Jesualdo desmentem categoricamente que alguma vez tenham participado nessa tarefa, mas alguns dirigentes benfiquistas estavam presentes quando eles aceitaram realiza-la…
Se isto fosse verdade…
Na época de 1992/93, o Benfica tinha acabado de contratar Paulo Futre, e perseguia o líder Futebol Clube do Porto. O Presidente do Benfica, Jorge de Brito, contrata então Delane Vieira, um empresário e médium para ajudar a equipa. O primeiro trabalho de Delane resultou em sucesso: ele prevera que o Benfica iria ganhar ao Sporting no Estádio da Luz por 1-0, com golo de Paulo Futre. Com esta profecia cumprida, faltava contudo o jogo que decidiria o campeonato, quando o Benfica ia receber o Porto. Delane disse então que para o Benfica ganhar, o Treinador Principal Toni e o seu Adjunto Jesualdo Ferreira teria de se deslocar a um hipermercado, comprassem um carrinho cheio de alimentos e oferecessem ao primeiro pobre que encontrassem ao sair á rua. Pouco dados a superstições, Toni e Jesualdo lá acederam, e deslocaram-se até ao Carrefour de Telheiras. Pagaram a conta e saíram com Centro Comercial, mas não encontravam um único pobre a quem pudessem oferecer a quantidade enorme de alimentos. Cansados da situação, telefonaram a uma amiga para que fosse a um bairro degradado e que lhes trouxesse um. Assim foi feito e o pobre ficou feliz da vida...
Contudo, no jogo decisivo, o Porto arranca um empate a zero golos, e ganha vantagem no confronto directo. Delane defende-se dizendo que o seu trabalho não resultara porque os técnicos do Benfica nem foram capazes de arranjar um pobre para cumprir a tarefa correctamente. Toni e Jesualdo desmentem categoricamente que alguma vez tenham participado nessa tarefa, mas alguns dirigentes benfiquistas estavam presentes quando eles aceitaram realiza-la…
Se isto fosse verdade…
terça-feira, 8 de abril de 2008
Soares em Macau (1)
Mário Soares é considerado por muitos como o Pai da Democracia. Antigo Ministro, Primeiro-Ministro e Presidente da República, Soares acumulou património de grande valor ao longo dos anos. A muito se deve à sua empresa Emaudio. Contudo, alguns dos negócios dessa empresa são bastante suspeitos, envolvendo até um caso de suborno que provocou a demissão do Governador de Macau, Carlos Melancia…
Após ganhar as eleições presidenciais de 1986, Soares seleccionou um grupo de amigos para formar a Emaudio com o dinheiro que restara da sua campanha. Não querendo manchar o seu nome, Soares nomeou Rui Mateus como testa-de-ferro, e encetou contactos com empresários internacionais. Convidando-os para reunirem com o Chefe de Estado, mas embora fossem os portugueses a pagar a estadia em Portugal, eles eram convidados apenas a investir na Emaudio. Com estes contactos, Soares pretendia investir na Comunicação Social, mas Berlusconi rejeitou a proposta, e Ropert Murdoch foi ultrapassado na corrida pelo seu rival Robert Maxwell. Como “caução”, Maxwell pagaria 6 000 contos (30 000 euros) mensais. É então nomeado Carlos Melancia, um homem da Emaudio, como Governador de Macau, que tratou logo de adjudicar a estação pública de televisão para Maxwell, que entretanto recua. Entretanto, uma empresa alemã exige a devolução dos 50 000 contos (250 000 euros) que tinha “contribuído” pois não tinha recebido contrapartidas para a construção do Aeroporto de Macau. Rui Mateus envia o fax a Melancia que não dá resposta. Almeida Santos comunica a situação a Soares que também não dá resposta. Furioso por ter a “batata quente” na mão, Mateus envia o fax para o jornal O Independente, desencadeando o escândalo…
Em visita de Estado a Marrocos, Soares envia Almeida Santos a Portugal para controlar o fogo. Narciso Cunha Rodrigues, Procurador-Geral da República, deixou Soares fora da investigação e levou à condenação apenas de Rui Mateus, como corruptor, e absolvendo Carlos Melancia, não sendo provado que este tinha aceite o pagamento. Contudo, o pagamento não chegou a Melancia, mas sim a Soares…
Se isto fosse verdade…
Após ganhar as eleições presidenciais de 1986, Soares seleccionou um grupo de amigos para formar a Emaudio com o dinheiro que restara da sua campanha. Não querendo manchar o seu nome, Soares nomeou Rui Mateus como testa-de-ferro, e encetou contactos com empresários internacionais. Convidando-os para reunirem com o Chefe de Estado, mas embora fossem os portugueses a pagar a estadia em Portugal, eles eram convidados apenas a investir na Emaudio. Com estes contactos, Soares pretendia investir na Comunicação Social, mas Berlusconi rejeitou a proposta, e Ropert Murdoch foi ultrapassado na corrida pelo seu rival Robert Maxwell. Como “caução”, Maxwell pagaria 6 000 contos (30 000 euros) mensais. É então nomeado Carlos Melancia, um homem da Emaudio, como Governador de Macau, que tratou logo de adjudicar a estação pública de televisão para Maxwell, que entretanto recua. Entretanto, uma empresa alemã exige a devolução dos 50 000 contos (250 000 euros) que tinha “contribuído” pois não tinha recebido contrapartidas para a construção do Aeroporto de Macau. Rui Mateus envia o fax a Melancia que não dá resposta. Almeida Santos comunica a situação a Soares que também não dá resposta. Furioso por ter a “batata quente” na mão, Mateus envia o fax para o jornal O Independente, desencadeando o escândalo…
Em visita de Estado a Marrocos, Soares envia Almeida Santos a Portugal para controlar o fogo. Narciso Cunha Rodrigues, Procurador-Geral da República, deixou Soares fora da investigação e levou à condenação apenas de Rui Mateus, como corruptor, e absolvendo Carlos Melancia, não sendo provado que este tinha aceite o pagamento. Contudo, o pagamento não chegou a Melancia, mas sim a Soares…
Se isto fosse verdade…
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