quarta-feira, 23 de abril de 2008

Soares em Macau (2)

A empresa Emaudio surge ligada a alguns casos que abalaram a Presidência da República de Mário Soares. Propriedade do antigo Presidente da República, a Emaudio tinha Rui Mateus como testa-de-ferro, para que o nome do legítimo proprietário não fosse arrastado na lama se fossem descobertos os negócios obscuros em que se envolvia. Tal sucedeu quando veio a público um fax comprometedor em que um dos seus “funcionários” e Governador de Macau, Carlos Melancia, aceitara um suborno…

Mas nem tudo eram espinhos. Embora afectada pelo escândalo, os contactos que tinha em Macau eram bastante apetecíveis. Após o acordo gorado com o empresário Robert Maxwell, a empresa foi alvo de contacto pelo milionário Stanley Ho. Contudo, devido ás notícias vindas a público, Ho passa por Rui Mateus e vai ter directamente com Mário Soares para negociar os seus interesses. Associando-se uma terceira entidade, a empresa Interfina (uma empresa representada por Almeida Santos), este grupo investiu no projecto de desenvolvimento urbanístico da baía da Praia grande, em Macau. Este gigantesco projecto lançado por Carlos Melancia previa o encaixe de vários milhões de contos de lucro…

Das pessoas envolvidas na Emaudio, dá-se o exemplo de Santos Ferreira, que fora nomeado por Melancia para dirigir o projecto do Aeroporto de Macau, e que foi nomeado pelo Primeiro-Ministro José Sócrates como Presidente da Caixa Geral de Depósitos. Só quando Portugal aderiu em 2001 à à Convenção Penal Europeia contra a Corrupção, é que o tráfico de influências foi criminalizado em Portugal…

Se isto fosse verdade…

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