quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Reichskonkordat

Quando surge em cena o novo Papa, Bento XVI, surgem também alegações acerca do seu passado. O que há de mais óbvio para um jovem germânico do que pertencer à Juventude Hitleriana? Naquela época era normal os jovens serem levados para esses núcleos, e parece que o jovem Ratzinger também por lá passou, com mais ou menos fervor. Mas o que dizer dos adultos?

Em 20 de Julho de 1933 foi assinado o Reichskonkordat por Franz von Papen (vice-chanceler alemão) em nome do Governo alemão, e por Eugenio Cardinal Pacelli (Secretário de Estado do Vaticano e futuro Papa Pio XII) em representação da Santa Sé. Se para a Igreja Católica era um meio de se proteger (ou até beneficiar de protecção religiosa), para o Estado Nazi era a maior forma de reconhecimento do seu Governo além-fronteiras. Que melhor forma de mostrar a reputação inabalável de um Governo opressor do que o reconhecimento do “maior poder moral na Terra”?

Hoje em dia este acordo ainda está em vigor pois, embora tenha sido realizado numa situação excepcional, não deixa de ser uma lei que nunca foi anulada. Segundo a mesma, teria de ser por mútuo acordo, e não apenas por desejo do Tribunal Constitucional Federal da Alemanha. Então, quem falta desejar a sua anulação?...

Se isto fosse verdade…

1 comentário:

Nuno Fonseca disse...

Conheço uns quantos católicos que passaram a catequese, mas não a História, para os quais isto ou nunca acontecera, ou não mais foi que um chá ecuménico entre o Franz van Papen e o representante do Papa.

Gosto de recordar este evento para me recordar por que sou protestante.